A obesidade é uma doença que atinge 6,5 milhões de brasileiros atualmente, de acordo com o Ministério da Saúde. Com o crescimento alarmante dos números, a condição chama a atenção para fatores que vão muito além do físico.
A psicanálise questiona a ideia de que todo obeso tem um problema que precisa ser consertado. No entanto, é necessário observar como construímos a nossa relação com a comida e com o próprio corpo.
Quando crianças, a comida ocupou um papel importante na comunicação não verbal, expressando amor, cuidado, ou até mesmo descuido, em algumas situações.
Assim, pode-se dizer que as dinâmicas alimentares interferem diretamente na constituição psíquica dos sujeitos. E isso pode resultar em comportamentos alimentares disfuncionais ou distúrbios alimentares, bem como em padrões emocionais complexos relacionados à comida ao longo da vida adulta.
E não só isso… infelizmente, as dinâmicas também podem influenciar na autoestima, no controle emocional e na relação com o próprio corpo. Tais fatores criam uma interseção íntima entre o psicológico e o nutricional.
Por exemplo, uma mãe superprotetora pode expressar seu afeto excessivo através da preparação excessiva de alimentos, enquanto conflitos familiares podem se manifestar em disputas sobre o que é servido à mesa.
Além disso, pode-se dizer que a psicanálise aborda a obesidade como um sintoma que reflete a relação de cada indivíduo com o seu corpo e os motivos que levam ao consumo excessivo de alimentos.
Vale enfatizar que nem toda pessoa obesa sofre de compulsões alimentares. No entanto, em casos em que a relação com a comida se dá de forma desmedida, pode-se observar alguns aspectos:
O psicanalista Christian Dunker afirma que:
“para tratar a obesidade, é imprescindível também fazer com que a ansiedade e a angústia que são transitadas dessa maneira – através da compulsão alimentar – encontre uma outra forma de distribuição do prazer.”
Por fim, ao reconhecer a influência das experiências emocionais passadas, das complexas dinâmicas familiares e das normas sociais internalizadas, a psicanálise nos convida a enxergar os padrões alimentares como reflexos de processos psicológicos e observar a obesidade como uma condição que afeta muito além do corpo físico.
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