Freud psicanalista
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Freud e seu legado: 168º aniversário

 

 

Freud, em uma carta do acervo pessoal, nos apresenta a maneira como encarava a data do aniversário: "Qual é o significado secreto de celebrar-se os grandes números redondos do aniversário de alguém? Certamente uma medida de triunfo sobre a transitoriedade da vida que, como nunca nos esquecemos, acha-se sempre pronta a nos devorar. Por isso a gente se rejubila com uma espécie de sentimento comunal pelo fato de não sermos feitos desse material tão frágil que nos proíbe de resistir vitoriosamente aos efeitos hostis dos 60, 70 ou mesmo dos 80 anos." — Carta de Freud a E. Jones, em 21 de julho de 1935)
 

O legado do Freud, pai da Psicanálise

Nascido no dia 6 de maio de 1856, Sigmund Freud tornou-se um dos pioneiros mais influentes da história da Psicologia e das Ciências Humanas. Por isso, não é à toa que é amplamente conhecido no mundo inteiro.

Ainda muito jovem, Freud formou-se em Medicina na Universidade de Viena e, a partir de 1885, passou a realizar estudos com Charcot, médico que tratava pacientes histéricas através de hipnose, em Paris. 

E foi a partir dessas interlocuções que o psicanalista não só revolucionou a nossa compreensão da mente humana, como também construiu um legado duradouro que continua a influenciar a psicologia, a cultura e a sociedade até os dias de hoje.

Uma das principais contribuições teóricas de Freud foi o desenvolvimento de conceitos como o inconsciente, o id, o ego, o superego, a libido e os mecanismos de defesa. Sua abordagem enfatizava a importância da infância, da sexualidade e dos impulsos instintivos na formação da personalidade e no comportamento humano. 

Além disso, Freud desenvolveu técnicas diferenciadas de tratamento como a livre associação, a interpretação dos sonhos e a análise do paciente. Tais contribuições ajudaram a estabelecer a psicanálise como uma das principais escolas de pensamento em psicoterapia.

Aqui vai uma explicação bem simplificada dos conceitos inaugurados pela teoria freudiana:

Inconsciente

É como se fosse uma parte escondida da nossa mente que guardamos pensamentos, desejos e memórias que não estão acessíveis à nossa consciência cotidiana.

Por exemplo, sentimentos reprimidos  ou experiências da infância podem residir no inconsciente e afetar nossas ações sem que percebamos.

Id e Ego

O Id é a parte da nossa mente que é completamente inconsciente e guiada pelos nossos desejos básicos e instintos, que em termos psicanalíticos é chamado de pulsão. É uma instância primária do psiquismo, que busca gratificação instantânea sem se preocupar com as consequências. 

Por exemplo, quando sentimos fome, o id pode nos fazer querer comer imediatamente, sem considerar se é hora apropriada ou se a comida é saudável;

Já o Ego é a parte da nossa mente que lida com a realidade, que toma decisões com base na realidade e no que é socialmente aceitável. Por exemplo, quando sentimos fome, o ego pode nos ajudar a decidir o que comer, considerando fatores como saúde e bem-estar;

Superego

É como se fosse a nossa censura interna, que é constituída de normas morais e os valores internalizados que aprendemos ao longo da vida. Por exemplo, se o id quer fazer algo que sabemos que é errado, como tirar proveito de alguém, o superego nos lembra das regras e nos faz sentir culpados por considerar essa ação;

Libido

É uma energia psíquica que Freud associava principalmente com a sexualidade, mas que também inclui os impulsos/pulsões em geral. Ao longo da teoria, Freud reformula a teoria das pulsões e distingue inicialmente entre pulsões do ego e pulsões sexuais.

Em seguida, na segunda teoria, faz uma distinção entre pulsão de vida e pulsão de morte. Esta mudança, que foi desenvolvida no texto “Além do Princípio do Prazer”. 

Esta é uma das mais importantes na teoria psicanalítica, uma vez que busca explicar a agressividade humana, numa tentativa do autor de criar sentido para alguns vivências pessoais, como a Grande Guerra de 1914 a 1918.

Mecanismos de defesa

São estratégias psicológicas que usamos inconscientemente para proteger nossa mente de emoções dolorosas ou ameaças à nossa segurança afetiva. Eles nos ajudam a lidar com situações estressantes, mas também podem distorcer nossa percepção da realidade. 

 

Curiosidades sobre a vida de Freud

  • Nascido em família judia, se considerava ateu e, ainda assim, foi perseguido durante o nazismo. Durante a II Guerra Mundial, conseguiu fugir para a Inglaterra, mas não levou toda sua família, e alguns parentes não sobreviveram àquele regime;

  • Freud também era neurologista e estudou os efeitos da cocaína — na época, ele e alguns colegas acreditavam que tinha bons efeitos para as funções da consciência, mas após alguns casos que apontavam para efeitos adversos do consumo da substância o fizeram a abandonar esse estudo;

  • Ao longo da vida, Freud teve vários mascotes e alguns deles o acompanhavam no consultório durante os atendimentos. 
    Segundo ele, preferia os cães aos seres humanos porque “não sofrem de personalidade dividida, da desintegração do ego, que resultava da tentativa do homem de se adaptar a padrões de civilização demasiado elevados para seu mecanismo intelectual e psíquico”.

  • Além das teoria sobre o funcionamento psíquico, também contribuiu com discussões sociológicas ao publicar textos sociais, que tinham relação com o momento em que vivia, a ascensão do regime nazista;

  • Sua casa em Viena e a Associação Vienense de Psicanálise foram vasculhadas pelos nazistas e, na ocasião, Anna Freud, sua filha, foi presa e interrogada;

  • Em 23 de setembro de 1939, Freud faleceu em decorrência de um câncer, na cidade de Londres.

 
 
 

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ANNE GUEDES – PSICÓLOGA CRP: 06/113668

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